El blog de los 3 amigos

domingo, maio 20, 2007

Cocó, cores e dores

Falta verde em Fortaleza. Ponto. A cidade cresceu rápido sem que houvesse um planejamento adequado de espaços públicos arborizados. O luxo dos quintais já não existe. Lagoas desapareceram da paisagem. Praças são subtraídas da população, ocupadas por ambulantes, trabalhadores informais e até moradias improvisadas. Muitas delas sobrevivem com seus pisos de concreto e equipamentos abandonados. O Parque do Cocó é dos poucos locais onde ainda é possível apreciar a natureza com suas formas, cores e cheiros.



No final da década de 1980 e início de 1990, o Parque Adahil Barreto era ponto de encontro, principalmente nos finais de semana. Projetos como o Cocó Zona Cultural movimentaram a cidade e mantiveram a presença do público e, de certa forma, forjaram a manutenção do local. Com a expansão da área do Parque, a atenção se voltou para onde hoje existe o Parque Ecológico, região mais lembrada pelo poder público e de maior atratividade para o setor imobiliário. Resultado: o mangue sucumbe à ganância e vê surgir descalabros como os três edifícios (Lis du Parc, Bougainville de Parc e Flamboyant de Parc) erguidos pela Construtora Marte sobre o que antes era moradia de fauna e flora típicos.



Repare na frase pintada no muro que separa o verde da consciência ecológica, do comprometimento com o bem-estar da cidade e não de uns poucos que podem pagar para terem uma "vista definitiva" para o Parque.

Bem no início da construção desses prédios, em 2004, passei por lá e fotografei o ritmo frenético da obra. A impressão que me deu na época é que eles, com o aval dos órgãos que deveriam ser responsáveis pela manutenção da biodiversidade e do meio ambiente, se apressavam para erguer o mais rápido possível duas colunas de apartamentos. Será que temiam uma ação contrária por parte da população? O tempo passou, a cidade acostumou-se com a cena e mais uma torre surgiu. Eu nunca me acostumei. É aviltante.


Leia mais:
Parque Ecológico do Cocó
Os inimigos do Parque do Cocó


4 Comments:

  • ultrajante por parte dos especuladores; vergonhoso aqueles que acostumam...

    By Anonymous Anônimo, at 10:33 PM  

  • aviltante, absurdo, ridículo e mais uma infinidade de péssimos adjetivos.

    By Blogger NIVALDO RIBEIRO, at 9:43 PM  

  • Oi,

    eu estava passeando pelo google e encontrei , por acaso, seu blog.
    Sou de Fortaleza apesar de não morar mais aqui. Estou de passagem até final de agosto.
    Estive aqui há dois anos e realmente é incrível a rapidez com que os prédios ao redor do parque do coco sobem! Nunca vi obras tão eficientes e prefeituras (a do Juraci e a atual) tão negligente.
    Daqui uns anos nosso rio virará um Tietê. Que pena!
    Sobre os gatinhos que lá moram, um deles está agora morando comigo. Sequestrei-o da mãe há 1 mês e meio e foi paixão à primeira lambida.
    Sobre os gatos que ficaram (que são poucos agora, muitos sumiram [???]), vou tentar um acordo com 'minha' veterinária para cuidarmos um pouco desses felinos. Estão doentes, coitados.
    Por que somos uma sociedade tão passiva? Se todos estão indignados contra a destruição do parque do cocó, porque não agimos publicamente?

    Abraço,

    Isabela Pinho
    isabelabp@hotmail.com

    By Blogger Unknown, at 2:00 AM  

  • Oi, acho que esse tema deve ser bem debatido. A maior parte do parque do cocó hoje existente entre as avenidas Eng Santana jr. e Sebastião de Abreu é terra doada ao estado pelos donos dos lotes com o objetivo de formar uma área de proteção ambiental, o papel do estado seria comprar o restante do terreno, em volta do parque. Bom, mais de vinte anos se passaram e o estado não desapropriou quase nada do que havia prometido aos donos. Com as devidas licenças ambientais e preservamento ambiental do perímetro, os donos passaram a construir, sob intensa análise da prefeitura. Vide exemplo do Iguatemi empresarial, que mesmo com o projeto aprovado e a licença ambiental, está embargado pela prefeitura. Ao contrário do Iguatemi empresarial, que fica há poucos metros do leito do Rio Cocó, estes prédios em construção na lateral do parque (os "de parc")mantém praticamente a mesma distância do rio que é mantida, por exemplo, pelo Aeroporto internacional, ou seja, mais de meio quilômetro. Existem casas no Dionísio Torres, por exemplo, que tem o Rio Cocó praticamente no quintal. É lamentável. Não adianta achar "bois-de-piranha" para o caso, condenar o Tasso e sua gangue é fácil e romântico, pois eles tem muito dinheiro e nenhuma moral.
    pepicko@gmail.com

    By Anonymous Anônimo, at 10:41 AM  

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