Eu sou

Professores também são. Cantores, vendedores e políticos idem. Fazemos parte de um grupo da população que trabalha com a voz. Sem ela, necas de pitibiriba. Ou pelo menos as dificuldades seriam bem maiores. Mas a verdade é que não tenho tratado meu instrumento de trabalho assim com o devido respeito. Prova é que hoje, Dia Mundial da Voz, estou... sem voz.

Além da possibilidade de ter um fator emocional como causador, ou ainda o famigerado refluxo, o diagnóstico é o de sempre - vírus. O vilão mais presente dessas horas, trouxe moleza no corpo, náuseas, ardência e dor na garganta e a sensação de que do pescoço pra cima nada funciona direito. Mas o certo é que se a voz não tivesse falhado, eu não teria ido ao médico. É assim com a maioria das pessoas. Segundo a Academia Brasileira de Laringologia e Voz, de "20 a 30 % da população apresentam algum tipo de lesão nas cordas vocais". Pior, o câncer de laringe, que mata cerca de 8 mil brasileiros por ano, pode se apresentar inicialmente apenas através de rouquidão, esse mesmo sintoma que tantas vezes é desprezado.

Coincidentemente, recebi no sábado um folder intitulado "Afine sua saúde. Cuide da sua voz." Este é o tema da campanha que acontece em todo o país com o intuito de prevenir doenças no aparelho vocal. Em Fortaleza há postos de atendimento da Campanha da Voz que incluem o consultório do Dr. Wilson Meireles. Já estive com ele algumas vezes no programa e pude ver a seriedade com que trata do assunto.

Bom, depois de ler as dicas de como cuidar da voz, e já que o otorrinolaringologista me concedeu um descanço vocal forçado, vou aproveitar para listar algumas providências como: agendar o início do Pilates, comprar o remedinho para o refluxo, fazer a lista de presentes de aniversário para mim mesma, traçar mais uma estratégia para esquecer de quem não lembra de mim, agradecer a papai do céu por estar há cinco dias sem fumar e outras cositas más.