Forca é barbárie em pleno século XXI

Pena de morte é solução? Não. Nunca foi, nunca será. A defesa da vida, essa sim, deveria ser a grande bandeira dos que querem um mundo melhor. Travestidos de juízes da ordem mundial, "democratas" se autoproclamam guardiões da paz e matam com autorização de organismos internacionais. Foi assim com a invasão do Iraque. Isso só para citar acontecimento recente. Quantas vidas inocentes foram suprimidas em nome de uma pretensa cruzada em favor da paz? Bem mais do que as 148 vidas de xiitas vingadas agora nessa grande farsa que foi o julgamentento de Sadam Husseim. Ou alguém acreditava na absolvição do ditador, que já foi parceiro dos Estados Unidos? Se é para se fazer justiça, que se estabeleçam penas também para George Bush, Tony Blair e companhia. Ou as vidas iraquianas têm pesos diferenciados dependendo de quem as tira?

A condenação de Saddam Husseim, à pena de morte na forca, proferida hoje pelo Alto Tribunal penal iraquiano vai restabelecer a paz no país já arrasado pela guerra? É claro que não. Imagens como essa, de pessoas comemorando armadas, apenas reforçam a certeza de que nada vai mudar. Resta a esperança de que a sociedade americana, transtornada pelo fato de ser a grande potência mundial que é, acorde e diga não à continuação da matança de iraquianos. Penso que reclamar autonomia para todos os povos deve ser a nossa meta. Chega de tanta ingerência na vida das nações!

Último enforcamento no Brasil

Pensando no absurdo que é a morte na forca, resolvi dar uma Googlada por aí e descobri que a última vez que alguém foi condenado à morte por enforcamento no Brasil foi em 1855. As últimas palavras do miserável foram para dizer que era inocente. Descobriu-se mais tarde que foi um erro a condenação. Devido a isso, Dom Pedro II passou a converter todas as penas de morte em prisão perpétua, não importando o crime. Na prática representava a abolição da pena de morte, embora não oficialmente. E eu sou mais fan dele agora! O livro Fera de Macabu, de Carlos Marchi, retrata essa história. Mas o fim, de fato, da pena de morte no Brasil só veio em 1890, quando já estava instalada a República, muito embora hoje esteja prevista em situações de crimes militares, em tempos de guerra.

Pena de morte no mundo



Em azul estão os países onde não há aplicação de pena de morte em nenhuma circunstância; em verde, legenda válida para o Brasil, estão nações que aceitam a pena de morte em casos especiais como crimes cometidos em tempos de guerra; a cor laranja representa países onde a legislação permite, mas na prática a pena não é aplicada; na cor vermelha estão os países onde é legalmente aplicada, como é o caso dos Estados Unidos.

Foto: EFE / Terra
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