Por que blogar

"Jornalistas não lêem blogs, ...não sabem lincar, ...não estão acostumados a ter leitores, ...são interesseiros". Então por que ter um blog? Na avaliação de Julio Daio Borges, no Digestivo Cultural, os jornalistas estão sendo levados a blogar por coveniência das redações, porque todo mundo (leia-se, a concorrência) assim o faz. O resultado é gente "blogando por obrigação, quase se arrastando" sem saber o que fazer diante da novidade, nem tão nova.

Pois vesti meia carapuça! Embora não me enquadre no perfil dos infelizes mais perdidos que cachorro quando cai da mudança, até porque não estou aqui por obrigação de ofício, me vejo por vezes envolta numa crise bloguístico-existencial-terabytiana dos diachos.

No início, nos idos de 2002, bem dizer um paleolítico deste modesto e quase sempre largado blog, resisti: achava um absurdo dividir com meio mundo uma meia dúzia de palavras! Tateando na blogosfera, percebemos (eu, Clara e Zé Rosa - Los 3 Amigos) a necessidade de preservação do invento, vivenciando ao acaso maneiras de controle da nova ferramenta. Como na natureza, o processo aqui foi de seleção. Mas considero que permaneci não por ser mais forte. Sei lá, fui ficando. Nem por isso firmei uma posição sobre o que fazer exatamente, sobre o que escrever - houve mesmo momentos de nada escrever.

Não tive diário na adolescência, nem trato esse espaço como tal. Não cogito revolucionar a comunicação. Não me interessa correr alucinadamente. Sou do tempo do "engole o choro, que menino não tem querer! " Menina? essa tava lascada! "Pode não, e isso também não". Talvez por isso siga assim, gotejando pensamentos, descompromissadamente, crente que a brincadeira da vez é bate-e-volta.