Esqueci de dizer, mas não esqueci de viver

No Dia Internacional da Mulher, o Na Boca do Povo exibiu uma matéria que fiz no Presídio Feminino Auri Moura Costa. Entrevistei quatro das duzentas e cinquenta e sete presas e nem de longe pude saber o que é a realidade da vida na prisão. Estávamos num ambiente mais próximo de mim do que delas, embora dentro do presídio e escoltadas por uma segurança atenta. Num corredor estreito, Flávia, Cristina e Elienete, detidas por tráfico de drogas, e Marluce, condenada por homicídio, me falaram sobre erros e acertos, o sentido da liberdade e o que é ser mulher. Uma hora e meia de conversa e tive a certeza que a saudade dos filhos pode ser a maior das dores, que cada um de nós vive na corda bamba do preconceito e que não nos cabe julgar.
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Alguns dias antes, no sábado (05/02), pude sentir o calor da acolhida de gente boa demais e que me alimenta o espírito, muito mais do que o ego. Gente que achou por bem conceder o Troféu Mulher Cidadã à Prefeita Luiziane Lins, à jornalista Adísia Sá, à socióloga Glória Diógenes, à também jornalista Karla Soraia, à empresária Maria das Graças Mariz e... a mim mesma. Muito bom ter ido, ter feito discurso e, principalmente, foi bom ter tido a chance de agradecer o carinho e generosidade da comunidade do Bairro de Fátima.