Qual é a idade certa para isso ou aquilo?

Como mãe, confesso que nem sempre tenho certezas.
Como mulher de uma geração que vive um turbilhão
de mudanças, sigo feliz no meu aprendizado.
Cidadã que sou, não posso calar diante da leviandade
dos que a qualquer preço tentam conquistar mentes,
corações e votos alimentando preconceitos.
Lembro de ter, no início deste ano, divulgado uma pesquisa,
feita pela Unesco, na qual jovens e adolescentes de Fortaleza
revelaram não querer perto de si colegas homossexuais.
Não recordo números. Na verdade, penso que se um único estudante
se incomoda com o fato de um colega não ter a mesma escolha
sexual que a sua, não importa em que idade ou como foi aprendido,
há que se aproveitar para incutir-lhe a necessidade da reflexão sobre.
Aliás, qual a idade certa para se conhecer a realidade?
É satisfatório ensinar conceitos que reforçam a legitimidade
de um comportamento homogêneo?
Desprezando o comportamento do outro não estamos contribuindo
para a segregação, o ódio e a violência?
Se concordarmos que a escola tem um papel determinante na formação
de cidadãos preparados para enfrentar um mundo cheio de desafios,
nada mais certo do que pais e professores - a escola portanto,
caminharem juntos no sentido da construção de conceitos firmadores
da possibilidade de convívio com as diferenças de uma sociedade
que já se mostrou plural.
Uma última pergunta: Quais os critérios utilizados por marqueteiros,
candidatos e assessores na construção de uma campanha política?
Se bem que tenho outras muitas dúvidas, mas...

P.S.
Artigo publicado no jornal O Povo, edição de segunda-feira(18/10/2004)