Porque o show não estava ok.

Que som era aquele gente?
É certo que o Ismael tentou me fazer curtir
a noite e esquecer do microfone do José,
que insistia em emudecer, mas foi difícil.
De uns tempos pra cá, Fortaleza virou um
grande palco: praticamente não há bares
sem música ao vivo. Bom pra moçada que
hoje pode viver de música, ruim para aqueles
que querem viver de música fazendo shows
com qualidade técnica. Não há investimento
por parte dos donos dos bares que apenas
reservam pequenos espaços onde os músicos
têm que se amontoar. Contratam som ruim e luz
pior. Não demonstram compromisso com qualidade.
Não bastasse isso, ainda cobram o famigerado
couvert artístico. E haja músico virando redações
pra divulgar seu show, tentando assim garantir um
mínimo de cachê. Tá certo isso? Acredito que falta
unidade como categoria. De que serve ter entidade
representativa, com direito a carteirinha e tudo, se
na prática não funciona? Falta ainda mais firmeza
do consumidor na hora de pagar a conta. Cabe ao dono
do bar os gastos com atrações musicais. Está no código.
Estamos, eu disse estamos, fazendo um pacto com o erro.