Além de mulher, mãe, dona-de-casa, amante, amiga, às vezes, sou aluninha
do curso de jornalismo. E também, às vezes, faço dever de classe. Hoje
a Tânia Furtado(Redação Jornalística) me entregou o exercício da aulinha passada.
Ei-lo aqui.

E agora, Lula?
Há momentos em que as palavras insistem em não brotar. Como traduzir em palavras
a emoção vivida nas ruas enfeitadas de vermelho-esperança? Com que letras
devo escrever o sentimento vermelho-paixão de um país que quer mostrar a sua cara?
As lágrimas, essas sim, chegam para lavar o rosto e a alma dos que pacientemente
souberam acreditar que tudo tem tempo certo para acontecer.
Faço entào um esforço, em favor da objetividade. Passada a euforia da vitória
de Luís Inácio Lula da silva, as perguntas giram em torno das ações a serem implementadas
pelo novo governo. Espera-se que os compromissos assumidos em campanha sejam honrados.
Empresários se apressam em dizer que pretendem postergar aumentos de produtos
para facilitar a concretizaçào de um amplo pacto social. O "mercado", este novo ente, elevado
à condição de ditador dos rumos de uma naçào, aguarda diante das câmeras de TV os
pronunciamentos do Presidente eleito. A imprensa revela a biografia do ex-metalúrgico
que chegou ao posto máximo da política nacional.
Mas e o povo? O que passa pelas mentes dos mais de 52 milhões de brasileiros que
confiaram seu voto a um candidato sem diploma de nível superior, um homem que ousou ter
uma filha fora do casamento, um político que insistiu em concorrer por quatro vezes à
presidência do seu país?
Permito-me aqui lançar uma nova dúvida. A pergunta é: E agora, Brasil?
Como não gosto de perguntas sem respostas, penso que agora é Lula e todos nós,
brasileiros bons de luta.